"(...) E era bom. "Não entender" era tão vasto que ultrapassava
qualquer entender - entender era sempre limitado. Mas não entender não
tinha fronteiras e levava ao infinito, ao Deus. Não era um não entender
como um espírito. O bom era ter inteligência e não entender. Era uma
benção como a de ter loucura sem ser doida. Era um desinteresse manso em
relação às coisas ditas do intelecto, uma doçura de estupidez. (...)
Clarice Lispector
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