Marla de Queiroz

Cada um fez o que pôde diante do que sentia, por isso desaprendi aquele apego que eu tinha a nossa história, à importância da tua companhia. Tuas coisas eu não sei se deixo naquele endereço ou te devolvo pessoalmente e peço ainda o reembolso, um último abraço (para que a gente se espalhe, se expanda até que a distância seja suportável, até que nem isso, que nem se pense em nada mais). Só tenho achado que você anda calado e tristonho, só tenho achado que às vezes fico calada e tristonha, (não é saudade é uma mania que eu tenho de recordar o que foi bom). Hesito em devolver as tuas coisas pra não ter que me despedir do teu olhar novamente, (logo agora que eu quase já nem lembro mais do nosso último beijo na praia, “só mais um” combinamos, “só mais uma vez”) e voltei pra casa impregnada de sal, areia e despedidas...
Um último abraço, quem sabe, e eu devolvo o que ficou de ti, aqui.

E você me reembolse essa distância com uma última poesia. 
Ou com algo mais forte que esgote definitivamente esse adeus.

Marla de Queiroz






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