É por uma verdade íntima que eu te amo, Estranho.
Porque não há como desobedecer ao amor.
Portanto, eu te amo na penumbra,
Soterrando o sentimento com explicações diversas.
E, a cada dia em que me calo, disfarço e me desfaço
Do que há pulsando vivo aqui.
Mas confranjo o meu coração
Porque estreito o peito.

É de uma verdade crua esse meu amor, Estranho.
E escondo tua existência atrás dos pensamentos
Que para te ter perto
Me atiram longe.

Congelo em silêncio tua imagem,
Mas minimizo rápido o teu sorriso-tela
Como quem mancha os dedos
Na tinta fresca do desejo
E, por medo de uma possível rejeição,
Desfigura toda a aquarela.

Marla de Queiroz

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